Ione Souza Junior

Git Pull vs. Fetch: Desvendando as Diferenças

16/02/2024 | 5 minutos de leitura | Traduções: en | #git

Sincronizar-se com repositórios remotos é fundamental para o desenvolvimento colaborativo e a manutenção de um código atualizado. Dois comandos essenciais, git pull e git fetch, facilitam esse processo ao recuperar alterações de repositórios remotos. Embora ambos os comandos sirvam a um propósito semelhante, diferem em seu comportamento e impacto no repositório local. Vamos desvendar as diferenças entre esses comandos, explorando suas funcionalidades e casos de uso ideais para otimizar seu fluxo de trabalho no Git.

Compreendendo o git fetch

O Git fetch é um comando fundamental que permite as pessoas desenvolvedoras recuperar alterações de um repositório remoto sem mesclá-las (merge) automaticamente no branch local. Quando você executa git fetch, o Git busca os commits mais recentes, branches e tags do repositório remoto especificado, atualizando as referências correspondentes em seu repositório local. No entanto, ele deixa seu branch local inalterado, preservando todo o trabalho em andamento e permitindo que você revise as alterações buscadas antes de incorporá-las ao seu branch.

Ao contrário do git pull, que mescla automaticamente as alterações buscadas no branch atual, o git fetch adota uma abordagem mais cautelosa, dando a você controle completo sobre quando e como integrar as alterações. Essa separação entre buscar e mesclar permite uma maior flexibilidade e permite que você avalie as alterações buscadas de forma independente antes de mesclá-las em seu branch local. Ao desvincular as operações de busca e mesclagem, o git fetch nos possibilita gerenciar o fluxo de trabalho de forma mais eficiente, deixando a gente escolher quando fazer o merge do que buscamos.

Compreendendo o git pull

O Git pull é um comando versátil que combina a funcionalidade de buscar alterações de um repositório remoto e mesclá-las no branch atual em uma única operação. Quando você executa o git pull, o Git busca automaticamente os commits mais recentes do repositório remoto especificado e os incorpora no branch atual, atualizando seu repositório local para refletir as alterações feitas por outras pessoas.

Ao contrário do git fetch, que busca alterações sem mesclá-las no branch local, o git pull simplifica o processo mesclando automaticamente as alterações buscadas no branch atual. Essa integração perfeita garante que seu repositório local permaneça sincronizado com o repositório remoto, permitindo que você trabalhe com a versão mais atualizada do código.

Ao fornecer uma maneira conveniente de buscar e mesclar alterações simultaneamente, o git pull simplifica o processo de desenvolvimento colaborativo e ajuda a manter a consistência entre diferentes branches e repositórios. No entanto, é essencial usar o git pull com parcimônia, pois mesclagens automáticas ocasionalmente podem resultar em conflitos que requerem resolução manual.

Agora que entendemos as diferenças, vamos falar sobre o uso.

Uso dos comandos fetch e pull

Suponha que precisemos atualizar o branch principal do repositório em que estamos trabalhando. Vamos fazer isso usando o git fetch.

git fetch origin main

remote: Enumerating objects: 220, done.
remote: Counting objects: 100% (172/172), done.
remote: Compressing objects: 100% (75/75), done.
remote: Total 220 (delta 113), reused 133 (delta 97), pack-reused 48
Receiving objects: 100% (220/220), 127.11 KiB | 1.90 MiB/s, done.
Resolving deltas: 100% (128/128), completed with 53 local objects.
From github.com:ionixjunior/BookTracking
 * branch                main     -> FETCH_HEAD
   0904a0ab2..fe8a56b4e  main     -> origin/main

Este comando buscará todas as alterações do branch principal. Mas, se preferir, você pode buscar todas as alterações no repositório inteiro. Isso pode ser útil para obter novos branches ou tags. Para fazer isso, remova o nome da branch.

git fetch origin

remote: Enumerating objects: 202, done.
remote: Counting objects: 100% (168/168), done.
remote: Compressing objects: 100% (56/56), done.
remote: Total 202 (delta 118), reused 150 (delta 111), pack-reused 34
Receiving objects: 100% (202/202), 56.92 KiB | 4.74 MiB/s, done.
Resolving deltas: 100% (145/145), completed with 20 local objects.
From github.com:ionixjunior/BookTracking
 * [new branch]          profile_screen -> origin/profile_screen
 * [new branch]          library_screen -> origin/library_screen
 + 748baff02...0b740f54b update_library -> origin/update_library  (forced update)
 * [new tag]             2024.02.03.4   -> 2024.02.03.4
 * branch                main           -> FETCH_HEAD
   0904a0ab2..fe8a56b4e  main           -> origin/main

Lembre-se de que isso não mescla as alterações no repositório local. Para mesclar as alterações, podemos usar o comando de mesclagem para sincronizar as alterações locais com as alterações remotas que já buscamos. Cruze os dedos para não ver uma mensagem de conflito ao fazer merge 😅

O comando git pull vai além. Ele faz as operações de busca e mesclagem, conforme já foi dito.

git pull origin main

Além disso, você pode executar git pull para todo o repositório.

git pull origin

É simples, não é? Esses comandos não têm nenhum mistério. Mas talvez você esteja pensando agora: Quando devo usar cada um deles? Infelizmente, não existe uma regra. Precisamos pensar sobre o que queremos fazer sempre que precisarmos atualizar nosso repositório. Às vezes, será seguro executar o comando git pull se apenas precisarmos atualizar o branch principal, e em outras vezes será melhor executar o git fetch para ver o que foi alterado e fazer a mesclagem com cuidado.

Considerações finais

Dominar os comandos git fetch e git pull é essencial para uma colaboração eficiente e controle de versão no Git. Buscar atualizações de repositórios remotos com git fetch garante que seu repositório local permaneça atualizado com as últimas alterações, enquanto git pull integra essas atualizações em seu branch de trabalho de forma transparente.

Compreender o uso desses comandos é fundamental para um trabalho em equipe eficaz e gerenciamento de código. Ao buscar regularmente atualizações e mesclar alterações, as pessoas desenvolvedoras podem permanecer sincronizadas com o código em evolução, colaborar facilmente com colegas e garantir a integridade de seu trabalho, além de ser uma boa prática para evitar conflitos ou resolvê-los o mais rápido possível.

Esses foram meus pensamentos, mas e os seus? Compartilhe nos comentários e fique atento para futuras postagens. Até mais!